Piadas, poemas e porradas sobre o mundo das coisas e as coisas do mundo. Uma visão desconcertante de tudo o que se imaginava consertado. A prova acabada de que a vida é uma batalha inútil... miltonritzmann@bol.com.br
terça-feira, 29 de junho de 2010
A Fifa e o uso de tecnologia no futebol
É risível.
Hoje o presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu desculpas à Inglaterra e ao México pelos erros de arbitragem em seus jogos pelas oitavas de final da Copa do Mundo da África do Sul e disse que a Fifa vai reabrir o debate sobre o uso da tecnologia no futebol. Na prática, isso deve significar que vamos continuar deblaterando sobre a questão.
Quais são os jumentos que se negam a admitir a tecnologia na orientação dos árbitros e na solução dos lances duvidosos? Os erros de arbitragem que se viu nessa Copa são de uma grosseria tão grande que tira a vontade de qualquer pessoa sensata de continuar torcendo para seu time.
Por que não enfiar um chipe na bunda de cada jogador, por exemplo, para saber quem avança em condição de impedimento? O sujeito que avançasse a linha, indicada por um infra-vermelho, levaria um choque no rabo que só terminaria quando ele retornasse para o seu campo. A intensidade do choque aumentaria em caso de reincidência, de tal forma que os mais teimosos seriam retirados de campo com um aspirador de pó.
Já para os lances de falta e de gol que o trio de arbitragem insiste em ignorar solenemente, dá-lhe telão, com infindáveis replays em todos os ângulos. Por que banir o replay? Para evitar o escracho da incompetência? Que se aprimorem os juízes e bandeirinhas, inclusive com o apoio da tecnologia.
A propósito, a imagem aí em cima reproduz o exato momento em que um dos diretores da Fifa concluía o mais recente e judicioso parecer sobre a entidade quanto ao uso ou não de tecnologia nas partidas de futebol...
segunda-feira, 28 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Entre Dunga e a Globo, ficar com quem?
Não sei quanto a vocês, mas eu estou achando esta Copa uma bosta. Uma partida pior do que a outra. Os times se nivelando por baixo. A esperança era de que alguma seleção africana surgisse como revelação, o que parece não ser o caso. E o que dizer do fiasco da França? Agora me aparece essa confusão entre Dunga e Escobar. É uma coisa besta, que assisti entre um bocejo e outro. De qualquer forma, li este artigo, escrito pelo Bob Fernandes, que parece ter melhor captado a situação até agora. Veja:
Bob Fernandes
Direto de Johannesburgo
Soccer City, caminho entre o estádio e as tendas da FIFA que abrigam o Centro de Mídia. Galvão Bueno, Arnaldo Cezar Coelho e o diretor da Central Globo de Esportes, Luiz Fernando Lima conversam, não escondem a irritação e nem se preocupam com quem passa ao lado e ouve. O alvo é o técnico da seleção brasileira, Dunga. Minutos antes, na coletiva pós Brasil x Costa do Marfim o técnico, numa dividida bem a seu estilo, deu na canela do comentarista Alex Escobar, da Globo.
Luiz Fernando Lima lembra as conversas recentes da emissora com Dunga, já na África do Sul:
- Falamos com ele duas vezes e ele não consegue entender que não é "a Globo", ele está falando para todo o país...
Seguem as observações do grupo, sempre ferinas. Um deles chega a dizer: - ...e a única coisa que eu acho que ele aprendeu em quatro anos foi falar 'conosco' e não mais 'com nós' como sempre fez...
A cena do entrevero de Dunga para com Escobar pode ser vista aqui, no YouTube.
Poucas horas depois, no que pode ser o início de uma escalada, um dos apresentadores do programa, Tadeu Schmidt, da África para o "Fantástico" mandou uma reportagem sobre a rusga. Soou mais a um editorial da emissora.
Essa é, sem dúvida alguma, uma crise a rondar a seleção brasileira. Mas uma crise em tudo diferente das que envolvem a França e a Inglaterra, seleções que vivem crises internas, para dentro do elenco.
Anelka x o técnico Domenech, o capitão Evra contra o preparador físico, Zidane nos bastidores, sacodem a França. Até o presidente Sarkozy já palpitou. (De Carla Bruni ainda não ouvimos nada).
Na Inglaterra, o trivial básico: o ex-capitão Terry, que já derrubou Mourinho e Felipão no Chelsea, agora pôs a boca no trombone, e na mídia, contra o técnico italiano da seleção, Fabio Capello.
A crise que ronda o Brasil é uma crise para fora, que não envolve os jogadores. É uma crise de poder.
De um lado o poderoso sistema Globo, que carregou 300 profissionais para a África do Sul e quer um retorno para tanto. Em outras palavras, deseja o que querem os quase mil profissionais do Brasil que aqui estão: acesso. E quanto mais privilegiado, melhor.
Assim foi, assim é da índole e história da Globo, de emissora que no Brasil tenha a dimensão que ela tem.
O problema é que, na outra ponta, está Dunga, o Schwarzenegger. E como sabemos desde quando ele era o pitbull da seleção amarela, quando divide, o Dunga racha.
Está claro, cada dia mais claro, que secundado por quem ele confia e a quem tem como leais, casos de Jorginho e Taffarel, o técnico Dunga fechou um pacto com seus jogadores. De um lado ele, eles, do outro, o resto. Em especial a mídia e quem mais, dentro ou fora da seleção, não reze integralmente pela mesma cartilha.
Se há fissuras no chamado "grupo" não se sabe; não se sabe mesmo, não existem informações concretas que levem a dizer isso. Estas coisas, que sempre existem em agrupamentos humanos, costumam aparecer, vide França e Inglaterra, quando pintam os fracassos.
No Tempo Dunga na seleção não há fracassos; salvo na Olimpíada da China, quando máquinas se moveram para derrubá-lo. Como não há fracassos, parece evidente que Dunga escolheu um caminho: vencer ou vencer.
Por mais que pareça rudimentar a lógica "ou está comigo ou contra mim", o técnico da seleção já viveu e apanhou o suficiente para saber o que significa a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar.
Dunga, que apanhou injustamente entre as Copas de 90 e 94, cuja família teve que suportar o marido, o pai, o filho a carregar por 4 anos a negativa marca da "Era Dunga", certamente sabe o que alimenta contra si de rancor, de ressentimento, a cada bordoada que distribui.
Ele, que já me admitiu em 2007 não terem cicatrizado ainda as feridas da "Era Dunga", obviamente sabe que está jogando a cartada mais arriscada de sua vida profissional. A de construir para si mesmo a alternativa "vencer ou vencer".
Quando se decide por enfrentar a Globo, Dunga sabe que está encurtando seu caminho à frente da seleção brasileira, perca ou ganhe. Dunga sabe quais são e como se movem os interesses para a Copa 2014, e sabe quem maneja boa parte dos cordéis.
Nos idos da Copa América e Olimpíada, eventos que acompanhei, Dunga distribuiu fartamente bordoadas contra o sistema Globo. Durante e depois. Basta consultar os noticiários, capturar o que disse aqui e ali o técnico. São fatos.
Fato é, também, que depois disso tudo um acordo foi costurado. Com a participação do diretor de Comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, encontraram-se o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e um dos Marinho da Globo.
Selou-se, então, um acordo de paz, de convivência por conta dos mútuos interesses. Não por acaso duas entrevistas exclusivas ao Jornal Nacional na Copa das Confederações, não por acaso Dunga na bancada do Jornal Nacional depois da convocação para a Copa de agora.
Isso é inegável. São os fatos. Não há como negá-los.
Mas, havia, há um Dunga no meio do caminho. Com a mesma determinação que jogou em 94, que então protegeu Romário de si mesmo e do assédio da mídia, Dunga agora se fecha com seu grupo.
A propósito, Romário, que não é bobo, sentiu o cheiro da crise e nesta terça-feira postou em seu twitter, @Romário11, as seguintes mensagens de apoio ao capitão do Tetra:
- Infelizmente sobrou pro Escobar (ele é gente boa e americano). Mas geral só gosta de bater, então apanhar um pouco faz bem!
- Parceiro "Dunga", não perca o foco, vamos em frente e faltam 5 jogos!
Ao se fechar tanto, Dunga comete erros. Erros como o de enxergar e tratar a todos, sem distinção, como se fossem adversários, inimigos mesmo, e isso não é uma verdade.
Em algum momento Dunga perceberá, ou algum amigo lhe dirá, que não seria preciso tanto e contra todos. Nesta terça-feira, com a experiência de quem já viveu e enfrentou essa tsunami, Felipão Scolari aconselhou. A todos:
- Pelo bem da Seleção não adianta um dar um soco e o outro revidar, depois um dar um chute e o outro dar um chute também, porque, se não, nunca vão se entender...
Dunga, o Schwarzenegger, decidiu-se por pagar o preço, por queimar as caravelas. A ele e seu grupo só uma coisa importa. Vencer. Ganhar a Copa do Mundo. Custe o que custar.
O velho parceiro Romário, herói do Tetra a quem Dunga tanto deve e vice-versa, também nesta tarde postou em seu twitter:
- A gente já sabe o que vai acontecer. Se o Brasil ganhar é obrigação, se perder não vou querer estar na pele do Dunga...
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Maradona tocando vuvuzela
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Congonhas, sucursal do inferno
A princípio, sou contra qualquer tipo de terrorismo. Mas nesta semana, depois de passar três horas numa conexão, dentro do Aeroporto de Congonhas, minha vontade foi a de tirar carteirinha da Alcaida. Começa com a estupidez de muitos funcionários. Cuide do que vai perguntar. Se for uma utilidade pública qualquer, é capaz de te morderem a mão. Cada pessoa está lá para fazer o estritamente necessário - ou nem tanto. Qualquer gesto, ainda que remoto, de solidariedade, de atitude cordial, parece que será punido com 50 chibatadas ao final do expediente.
Aí os filhos da puta vendem um bilhete anunciando que seu voo sairá pelo portão E, mas lá pelas tantas alguém diz pelo serviço de som que os passageiros com destino à cidade tal devem seguir para o portão 20, do outro lado do prédio, devido ao "reposicionamento da aeronave na pista".
O pior de tudo: fui comprar uma lata de cerveja e a moça, na cara dura, cobrou R$ 6. Olhei para o cara que estava atrás, aguardando a vez para também pedir a sua, e avisei: "Cerveja aqui tem o preço da zona". Desse jeito, como é que se faz para dar uma lavada no lado de dentro do pescoço?
Curiosidades sobre a Copa da África
Um amigo nosso que viajou para a África a fim de ver os jogos da Copa nos envia esta foto, tirada num restaurante típico. Segundo ele, os africanos estão fazendo de tudo para mostrar que são pessoas civilizadas, mas sempre se pode encontrar grupos refratários.
Ninguém diga, então, que a culinária africana é coisa que não dá pé...
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Palavra Corpo
a palavra vive no papel
com vírgulas hífens crases reticências
leva uma vida reclusa de carmelita decalça
corpo palavra
o corpo aprender a ler na rua
com manchetes de jornais
jogadas na cara pelo vento
com gírias palavrões
zoando no ouvido
com gritos sussurros
impressos na pele
palavra corpo
a palavra quer sair de si
a palavra quer cair no mundo
a palavra quer soar por aí
a palavra quer ir mais fundo
a palavra funda
a palavra quer
a palavra fala:
- eu quero um corpo !
corpo palavra
o corpo sabe letras com gosto
de carne osso unha e gente
o corpo lê nas entrelinhas
o corpo conhece os sinais
o corpo não mente
o corpo quer dizer o que sabe
o corpo sabe
o corpo quer
o corpo diz:
- fala palavra !!!
Chacal
com vírgulas hífens crases reticências
leva uma vida reclusa de carmelita decalça
corpo palavra
o corpo aprender a ler na rua
com manchetes de jornais
jogadas na cara pelo vento
com gírias palavrões
zoando no ouvido
com gritos sussurros
impressos na pele
palavra corpo
a palavra quer sair de si
a palavra quer cair no mundo
a palavra quer soar por aí
a palavra quer ir mais fundo
a palavra funda
a palavra quer
a palavra fala:
- eu quero um corpo !
corpo palavra
o corpo sabe letras com gosto
de carne osso unha e gente
o corpo lê nas entrelinhas
o corpo conhece os sinais
o corpo não mente
o corpo quer dizer o que sabe
o corpo sabe
o corpo quer
o corpo diz:
- fala palavra !!!
Chacal
terça-feira, 1 de junho de 2010
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