sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ressaca democrática: Dilma saca a CPMF...


Nem esfriou o cadáver do Serra na trincheira da corrida presidencial e dona Dilma me saca do coldre a CPMF, coisa que havia negado, de pés juntos, que iria mexer. O melhor comentário a respeito eu achei no blog imprensa marrom (http://www.interney.net/blogs/imprensamarrom/). Veja:

DILMA E A VOLTA DA CPMF

Em campanha, Dilma negou a volta do imposto. Em entrevista para a TV Bandeirantes, reiterou a negativa. No dia seguinte, em pronunciamento dúplice (primeiro Lula, depois ela), a coisa mudou significativamente. Foi assim:
Lula falou de uma oposição acirrada que enfrentou no Congresso. Para se ter idéia, APENAS PERDEU NA CPMF (imagine o que seria uma oposição amigável!). Daí, aproveitou para dizer que seria necessária a volta do tributo para melhorar a saúde - sim, aquela que, segundo Dilma em campanha, estava e está uma maravilha.
Chegou a vez da presidente eleita que, perguntada, fugiu com toda sorte de evasivas, chegando a ficar irritada diante da insistência de um repórter. Suas declarações, afinal, foram essas:
"Eu não pretendo enviar ao Congresso a recomposição da CPMF (...) não há uma necessidade premente (...) Mas, do ponto de vista dos governadores, eu estarei atenta às necessidades deles"
É uma situação, no mínimo, engraçada. O que acontece com a saúde brasileira? Está ótima, como disse Dilma em campanha? Está péssima, como alegam os governadores aliados da mesma Dilma até ontem candidata? É necessária a volta do tributo como alega Lula ou não é "premente" como sugere a recém-eleita?
Há receita para a saúde, e isso nos informa até a mais oficial das imprensas a serviço do Governo. Um dos papéis do bom gestor é manejar despesas sem o caminho fácil e óbvio da instituição de tributos, sobretudo quando durante meses ele próprio (ela própria...) disse com todas as letras que tudo estava ótimo.
Talvez não estivesse ótimo. Ou talvez não seja uma gestora assim tão boa. Ou ambas assertivas sejam parcial ou totalmente corretas. Aguardemos.

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Golpes baixos terão resposta à altura.