Piadas, poemas e porradas sobre o mundo das coisas e as coisas do mundo. Uma visão desconcertante de tudo o que se imaginava consertado. A prova acabada de que a vida é uma batalha inútil... miltonritzmann@bol.com.br
sábado, 28 de janeiro de 2012
Por que Deus permite?
Esta foto é do álbum pessoal de um soldado que integrava o "Einsatzgruppen" de Hitler. Na parte de traz da foto, a vítima foi rotulada como "O último judeu de Vinnitsa". A foto mostra um membro do "Einsatzgruppe D" prestes a atirar em um judeu ajoelhado em frente a uma vala em Vinnitsa, Ucrânia, em 1941.
Todos os 28 mil judeus de Vinnitsa e seus arredores foram massacrados naquele período.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Haja coração!
Acho que a pior hora para o cara ter um ataque cardíaco é durante uma brincadeira dessas de adivinhação por mímica. Imagine a cena: o cara põe a mão no peito, revira os olhos e arreganha os dentes num espasmo de for sem fim. Aí um grita:
- Corcunda de Notre Dame!
Outro arrisca:
- Roberto Carlos cantando em Jerusalém?
Um terceiro emenda:
- Infarto! Infarto!
Como o sujeito não dá sinal de que alguém tenha acertado - mais que isso, cai no chão e começa a estrebuchar - todos os presentes vão adiante na brincadeira:
- Ataque epilético!
- Fiel da igreja do Edir Macedo durante exorcismo!
- Fingindo de morto para comer o loló do coveiro!
...
Pois é, tem brincadeira que é de matar do coração.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
A farsa-tarefa de Dilma
Só a intervalos muito espaçados leio alguma coisa que me motiva na imprensa brasileira. No geral, recebo tudo com uma salva de bocejos. Mas vejam que obra-prima da indignação é esse texto, assinado pelo Celso Arnaldo e que deixa nus vários figurões dessa bosta de república:
A farsa-tarefa de Dilma
Celso Arnaldo Araújo
São seis os cavaleiros do pós-apocalipse que aparecem na foto que deveria figurar em qualquer dicionário universal junto à palavra Cinismo. Cinco envergam ternos circunspectos, um ostenta farda verde oliva; quatro estão de cabeça baixa, fingindo assumir a vergonha que não têm; um tem o olhar perdido no infinito a dois metros de distância, mas no fundo exulta: meia hora antes, salvara o empregão; o último, o de bigode em forma de símbolo do Batman, aparentemente balbucia alguma promessa morta no berço por sua incompetência científica e tecnológica. Sem ter como inovar ─ terceira missão de sua pasta – repete o anúncio feito por algum outro mentiroso exato um ano atrás, diante da devastação da região serrana pelas chuvas do verão de 2011: “Vamos fazer um mapeamento in loco para identificar as áreas mais vulneráveis e ajudar a Defesa Civil na remoção das famílias”.
A sétima figura da encenação galhofeira, única mulher presente a essa imagem da farsa como método de governo, é também o único membro do sinistro septeto a desfilar um olhar desafiador, de quem está à cavaleiro da situação – na qualidade de ministra da Casa Civil e gestora de mais um embuste inventado por Dilma, já saboreia a possibilidade de fazer cobranças imaginárias bem longe dos cenários da tragédia de 2012, ela e a chefa fingindo que é dor a dor que deveras nunca sentiram.
Há poucos minutos, no Blog do Planalto, a imagem revoltante ganhou um título arrasador, na acepção mais destrutiva da palavra:
“Governo cria força-tarefa para atuar nas áreas atingidas pelas chuvas”
Já no olho da matéria, começa a fantasia tonitruante, cheia de pompa e circunstância: “O governo federal vai criar uma força-tarefa, composta por 35 geólogos e 15 hidrólogos, para atuar nas áreas de risco dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, afetados pelas chuvas. A decisão foi tomada hoje (9) pela presidenta Dilma Rousseff em reunião com seis ministros no Palácio do Planalto. A força-tarefa vai trabalhar na identificação das áreas sujeitas a deslizamentos e inundações, de onde as famílias devem ser removidas pela Defesa Civil”.
E sabem da maior?
“Evitar mortes é nossa prioridade número um”, disse a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, em entrevista coletiva após a reunião com a presidente”.
A seguir, todos os homens de preto e o de verde oliva também falaram, sequencialmente, bem roteirizados pelas respectivas assessorias, numa espécie de jogral da fraude.
Para evitar as mortes que já ocorreram no ano passado e neste, incluindo a morte civil de quem perdeu tudo na vida, a presidenta que não chove no molhado também determinou que “os centros de operação e monitoramento permaneçam nos estados até fim de março para atuar nas ações de prevenção e reconstrução das cidades mais afetadas pelas chuvas”. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, informou em primeira mão – pelo menos para quem não viu os boletins de 15 dias atrás — que o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemanden) prevê fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Ouro Preto. Por essas e outras é que ele conta os dias de ir para a Educação.
Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, revelou que mais 800 quilos de medicamentos serão enviados para as áreas mais atingidas, “somando 12,8 toneladas o total já encaminhado pelo governo”, por decisão pessoal de Dilma assim que voltou das férias, numa estranha ênfase na abordagem epidêmica de uma inundação.
Por fim, segundo o Blog do Planalto, o ministro que hoje salvou o empregão, Fernando Bezerra Coelho, transmitiu, em nome da gerentona Dilma, solidariedade às famílias das vítimas do deslizamento na cidade de Sapucaia, no norte do Rio de Janeiro – a mais recente tragédia que o governo vai prevenir. E afirmou, sem ficar vermelho e sem rir:
“Vamos envidar esforços para resgatar as vítimas e oferecer apoio aos familiares.”
Ele já o ofereceu ao irmão burocrata, ao filho deputado e ao correligionário proprietário do terreno em Petrolina comprado e pago duas vezes.
Todo brasileiro que ainda não se afogou nesse mar de lama, de corrupção, de inépcia, da pior forma de cinismo que existe, o cinismo que mata, deve olhar compenetradamente para cada um dos descarados da foto e anunciar em alto e bom som:
EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NO VERÃO PASSADO.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
TRISTE JUDICIÁRIO
Por Marco Antônio Villa - professor da Universidade Federal de São Carlos
(SP)
O Globo - 13.12.2011
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é formado por 33 ministros. Foi criado
pela Constituição de 1988. Poucos conhecem ou acompanham sua atuação, pois
as atenções nacionais estão concentradas no Supremo Tribunal Federal. No
site oficial está escrito que é o tribunal da cidadania. Será?
Um simples passeio pelo site permite obter algumas informações
preocupantes.
O tribunal tem 160 veículos, dos quais 112 são automóveis e os restantes 48
são vans, furgões e ônibus. É difícil entender as razões de tantos veículos
para um simples tribunal. Mais estranho é o número de funcionários. São
2.741 efetivos.
Muitos, é inegável. Mas o número total é maior ainda. Os terceirizados
representam 1.018. Desta forma, um simples tribunal tem 3.759 funcionários,
com a média aproximada de mais de uma centena de trabalhadores por
ministro!! Mesmo assim, em um só contrato, sem licitação, foram destinados
quase R$2 milhões para serviço de secretariado.
Não é por falta de recursos que os processos demoram tantos anos para serem
julgados. Dinheiro sobra. Em 2010, a dotação orçamentária foi de R $940
milhões. O dinheiro foi mal gasto. Só para comunicação e divulgação
institucional foram reservados R$11 milhões, para assistência médica a
dotação foi de R$47 milhões e mais 45 milhões de auxílio-alimentação. Os
funcionários devem viver com muita sede, pois foram destinados para compra
de água mineral R$170 mil. E para reformar uma cozinha foram gastos R$114
mil. Em um acesso digno de Oswaldo Cruz, o STJ consumiu R$225 mil em
vacinas. À conservação dos jardins — que, presumo, devem estar muito bem
conservados — o tribunal reservou para um simples sistema de irrigação a
módica quantia de R$286 mil.
Se o passeio pelos gastos do tribunal é aterrador, muito pior é o cenário
quando analisamos a folha de pagamento. O STJ fala em transparência, porém
não discrimina o nome dos ministros e funcionários e seus salários. Só é
possível saber que um ministro ou um funcionário (sem o respectivo nome)
recebeu em certo mês um determinado salário bruto. E só. Mesmo assim, vale
muito a pena pesquisar as folhas de pagamento, mesmo que nem todas, deste
ano, estejam disponibilizadas. A média salarial é muito alta. Entre centenas
de funcionários efetivos é muito difícil encontrar algum que ganhe menos de
5 mil reais.
Mas o que chama principalmente a atenção, além dos salários, são os ganhos
eventuais, denominação que o tribunal dá para o abono, indenização e
antecipação das férias, a antecipação e a gratificação natalinas, pagamentos
retroativos e serviço extraordinário e substituição. Ganhos rendosos. Em
março deste ano um ministro recebeu, neste item, 169 mil reais. Infelizmente
há outros dois que receberam quase que o triplo: um, R$404 mil; e outro,
R$435 mil. Este último, somando o salário e as vantagens pessoais, auferiu quase meio milhão de
reais em apenas um mês! Os outros dois foram “menos aquinhoados”, um ficou
com R$197 mil e o segundo, com 432 mil. A situação foi muito mais grave em
setembro. Neste mês, seis ministros receberam salários astronômicos:
variando de R$190 mil a R$228 mil.
Os funcionários (assim como os ministros) acrescem ao salário (designado,
estranhamente, como “remuneração paradigma”) também as “vantagens eventuais”,
além das vantagens pessoais e outros auxílios (sem esquecer as diárias).
Assim, não é incomum um funcionário receber R$21 mil, como foi o caso do
assessor-chefe CJ-3, do ministro 19, os R$25,8 mil do assessor-chefe CJ-3 do
ministro 22, ou, ainda, em setembro, o assessor chefe CJ-3 do do
desembargador 1 recebeu R$39 mil (seria cômico se não fosse trágico: até
parece identificação do seriado “Agente 86”).
Em meio a estes privilégios, o STJ deu outros péssimos exemplos. Em 2010,
um ministro, Paulo Medina, foi acusado de vender sentenças judiciais. Foi
condenado pelo CNJ. Imaginou-se que seria preso por ter violado a lei sob a
proteção do Estado, o que é ignóbil. Não, nada disso. A pena foi a
aposentadoria compulsória. Passou a receber R$25 mil. E que pode ser
extensiva à viúva como pensão. Em outubro do mesmo ano, o presidente do STJ,
Ari Pargendler, foi denunciado pelo estudante Marco Paulo dos Santos. O
estudante, estagiário no STJ, estava numa fila de um caixa eletrônico da
agência do Banco do Brasil existente naquele tribunal. Na frente dele estava
o presidente do STJ. Pargendler, aos gritos, exigiu que o rapaz ficasse
distante dele, quando já estava aguardando, como todos os outros clientes,
na fila regulamentar. O presidente daquela Corte avançou em direção ao
estudante, arrancou o seu crachá e gritou: “Sou presidente do STJ e você
está demitido. Isso aqui acabou para você.” E cumpriu a ameaça. O estudante,
que dependia do estágio — recebia R$750 —, foi sumariamente demitido.
Certamente o STJ vai argumentar que todos os gastos e privilégios são
legais. E devem ser. Mas são imorais, dignos de uma república bufa. Os
ministros deveriam ter vergonha de receber 30, 50 ou até 480 mil reais por
mês. Na verdade devem achar que é uma intromissão indevida examinar seus
gastos. Muitos, inclusive, podem até usar o seu poder legal para coagir os
críticos. Triste Judiciário. Depois de tanta luta para o estabelecimento do
estado de direito, acabou confundindo independência com a gastança
irresponsável de recursos públicos, e autonomia com prepotência. Deixou de
lado a razão da sua existência: fazer justiça.
A Summer Place
Words & Music by Max Steiner
Recorded by Percy Faith, 1960; also by the Lettermen, 1965
G Em Am7 D G Em Am7
There's a summer place
D G Am7 D G Am7
Where it may rain or storm, yet I'm safe and warm
D G Em Am7 D G Em Am7
For within that summer place
D G Am7
Your arms reach out to me,
D G Am7 D G Em Am7 D G Em Am7 D
And my heart is free from all cares for it knows
Bridge:
G D Em Bm
There are no gloomy skies when seen through the eyes
Em Am7 D7
Of those who are blessed with love.
G Em Am7 D G Em Am7
And the sweet secret of a summer place
D G Am7 D G Am7
Is that it's anywhere when two people share
D G Em Am7 D G Em Am7 D G (KEY CHANGE) G7
All their hopes, all their dreams, all their love.
C Am F G7 C Am7 F G7 C Am7 F
There's a summer place where it may rain or storm,
G7 C Am7 F G7 C Am7 F
Yet I'm safe and warm in your arms,
G7 C Am7 F G7 C F C
In your arms, in your arms.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Che Tchererê
Sempre esperei que fosse publicado no Brasil um livro capaz de mostrar a verdadeira fuça do Fidel Castro e do Che Guevara. Na minha juventude (leia-se quando a Dercy Gonçalves ainda tinha cabaço), também fui admirador dos barbudos que se enfiaram na Sierra Maestra, lutaram e derrubaram a odienta ditadura do Fulgêncio Batista. Mas a gente evolui - e a ditadura ainda mais odienta que os barbudos impuseram ao povo cubano, não.
Eu me recordo de uma discussão, acho que no início do ano passado, com um grupo de jovens estudantes em Curitiba. Eu estava lá participando de um curso e, no happy hour, na Rua das Flores, um amigo me apresentou o filho, acompanhado por mais três ou quatro aborrecentes. Um deles usava camiseta com a clássica foto do Che. Provoquei uma discussão, a partir do filme com o Benício del Toro. Ouvi um monte de elogios ao Che, todos com base em chavões, frases feitas, lugares comuns. Eu me emputeço facilmente com a superficialidade. Passei a falar um monte de bosta sobre Che, o fiasco dele como médico, a forma como executava ou mandava executar pessoas diante da menor desconfiança de traição - o famoso "tribunal revolucionário", adotado aqui também, na mesma época, pelos grupos da luta armada. Che arrogante, de roupa militar e revólver na cintura, recebendo as pessoas no Banco Central de Cuba com as botas cruzadas sobre a mesa. Che fazendo cagada como ministro da Indústria de Cuba, falando sobre coisas que não entendia, atrasando a vida de milhões de trabalhadores. Che apoiando o fuzilamento de opositores, a expulsão de padres e até a prisão de amigos de armas que não concordaram com a guinada em direção ao comunismo, depois de triunfada a revolução. O grupo de jovens curitibanos torceu o nariz e me chamou de reacionário, direitista, essas coisas. Quase gozei.
Pois bem, essas e outras coisas podem ser lidas agora no primeiro capítulo do "Guia politicamente incorreto da América Latina", de Leandro Narloch e Duda Teixeira (Leya, 355 páginas). É um tiro no saco do Che e de todos os seu bajuladores. Pode ser comprado também nas livrarias de Curitiba...
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