terça-feira, 27 de setembro de 2011

A voz do polvo...

Enviada pelo Paulo Atonângelo:

E não esqueça:
"O Congresso Nacional é um local que:
se gradear vira zoológico,
se murar vira presídio,
se colocar uma lona em cima vira circo,
se colocar lanternas vermelhas vira prostíbulo
e se der descarga não sobra ninguém."

Cena de Hospital



Eu não sei como é que faz para entrar num hospital sem ficar deprimido, principalmente quando se entra num hospital com alguém que está com depressão. Acontece que quem está com depressão é minha irmã. E conosco estava com uma pessoa que também já teve depressão e que ficou o tempo todo me dizendo que não fui uma pessoa legal quando ela estava assim. Eu tenho essa mania: me defender das porradas da vida com agressividade. É meu jeito, fui educado para agir assim. Agora eu preciso admitir, tantos anos depois, que as coisas não são desse jeito. Que todo mundo pode ficar deprimido, cortar os pulsos, pular de um prédio ou simplesmente ir para a cama de um hospital e ficar lá, em silêncio, com os olhos cheios d'água, sem comer, sem beber, os olhos vazios, a veia espetada e ligada a um frasco de soro, contando as horas, os minutos e os segundos, como está acontecendo com minha irmã.
Eu não sei como é que se faz para entrar em depressão. Por mais porrada que eu tenha levado da vida, por mais injustiça, solidão, cachorrada, filhadaputice, traição, ingratidão e toda a porquice que encontrei ao longo desses 17.540 dias em que arrasto minha carcaça por este mundo podre, nunca consegui ter depressão. Fico deprimido assim, como todo mundo quando está chateado, querendo mandar as pessoas à merda, querendo matar o serviço para ficar vendo a Sessão da Tarde. Mas a depressão mesmo, aquela que faz a gente querer matar a professora e depois dar um tiro na cabeça, essa eu nunca tive. E num mundo de loucos como este em que estamos vivendo, parece que há um número crescente de pessoas querendo nos condenar pela nossa incapacidade de adoecer. É como o obeso, que olha com indisfarçável reprovação para aquele que, mesmo se fartando à mesa, tem o corpo esbelto.
Vi um menino, do lado de fora do ambulatório, no colo da mãe. A mulher estava desesperada porque o filho, um bebezão lindo, não consegue mexer o braço direito. O médico chegou, apalpou, descartou quebradura. Mas levou para a sala do raio X. A mãe foi atrás, suspirando. Às vezes eu tenho vontade de dizer aos deprimidos que eles roubaram o meu texto nesse teatro absurdo que é a nossa existência. Eu sempre achei que a vida é uma batalha inútil, pois no final morrem o mocinho e o bandido. Mas justamente eu é que tenho que deixar o meu texto de lado para dizer que a vida é legal e que no final vai dar tudo certo. Sou como o menino, só que é o coração que às vezes eu não sinto mais. Gente, será que isso é depressão!!??

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Procura-se esposa...



Piada enviada pelo Renato:

Em um supermercado, dois homens distraídos se esbarram com seus carrinhos:

- Desculpe, mas eu estava distraído. Estou procurando a minha esposa; não sei onde ela está.
- Que coincidência! Também estou procurando a minha esposa!
- Mesmo? E como ela é?
- Bom, ela é morena, 1,70m de altura, olhos verdes, bronzeada, coxas grossas, ombros largos e uma bundinha arrebitada. Está usando uma calça jeans surrada e bem justa e uma camiseta um pouco transparente que realça os seios.
- E a sua?
- A minha que se foda! Vamos procurar a sua!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Senhor das Moscas



Cheguei em casa ontem, no final da tarde, e tive um susto: um monte de moscas na lavanderia. Quando digo um monte, não estou exagerando. Parecia uma mancha preta, colada no vidro. Na hora, me lembrei dos filmes de terror. Depois me ocorreu que a diarista poderia ter deixado alguma cueca minha ou algum par de meias sem lavar. Não que minhas cuecas e meias estejam em situação tão deplorável, mas tentei ser racional diante daquela cena estranha.
Mosca é bicho podre, nojento. Agora, escrevendo isso, eu também me lembro do filme "O Senhor das Moscas" (Lord of the Flies), livro de William Golding publicado em 1954 e que deveria ser leitura obrigatória para quem pretende entender por que as pessoas se tornam egoístas e perversas na disputa pelo poder. Deu dois filmes também, mas ambos de qualidade discutível.
Moscas nos remetem também a Belzebu. O Senhor das Moscas é uma de suas muitas alcunhas - daí, certamente, o uso do nome feito por Golding para mostrar como o mal que há em todos nós influencia um grupo de crianças isoladas numa ilha. É preciso exorcizar os demônios da forma mais prática possível. No meu caso, despachei as moscas com uma boa borrifada de inseticida e fui ver os jornais do dia. Confesso, porém, que é preciso mais estômago para ver as manchetes políticas do que para lidar com as criaturas do inferno.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Angeli

Quando os burros aplaudem



No princípio era o Roberto Marinho. E Roberto Marinho gerou Sarney e ACM. E viu que os dois eram bons, porquanto eram dedicados à arte da pilhagem das verbas públicas segundo os interesses mais escusos. Eis que surgiu de uma região lingínqua, chamada ABC, um homem a quem o povo chamava de Lula. E Lula tinha uma grande fome de poder, o mesmo ocorrendo à sua tribo de barbudos e barbudas. E Lula subiu ao poder, depois de várias tentativas fracassadas. Chamaram um fariseu, amante de rinhas de galo, conhecido como Duda Mendonça. E Duda, sob o comando de outro fariseu, a quem chamavam de Zé Dirceu, montou um projeto que apresentava Lula como o novo Moisés, aquele que guiaria o povo pelo deserto, faria cair o maná dos céus, cobriria de cajadadas os faraós de plantão e abriria o mar vermelho da fome e da miséria para a multidão alcançar a terra prometida. E Lula viu tudo isso e achou bom.
Lula governou por oito anos tirando da classe média e dando para os muito pobres e, sobretudo, para os muito ricos. Foi o grande reinado dos banqueiros e das empreiteiras. E Lula gerou Marcos Valério. E gerou os mensaleiros, dando origem à maior história de corrupção e malversação de dinheiro público da história. Ora, sucedeu que Lula também havia gerado verbas poderosas para a mídia e nomeado ministros para o Supremo Tribunal Federal. Novas investidas de Duda e Zé Dirceu criaram a versão de que Lula era inocente, era um "traído". Jornalistas pagos pelo Planalto, inescrupulosos empresários de comunicação, milhares de funcionários comissionados, diretores de ONGs de fachada, ladravazes de múltipla estirpe e picaretas de variado jaez rapidamente se encarregaram de propagar esta versão. E sucedeu que o povo, burro até a medula, acreditou de novo no bezerro de ouro.
E Lula gerou Dilma. E Dilma gerou Gleisi e Ideli Salvatti. Ora, sucedeu que Dilma tinha um lado bom que não era dela e um lado dela que não era bom. E Dilma passou a ver seus ministros caindo, um após o outro. Sem suas máscaras, começaram a mostrar a verdadeira face. Setores ainda sérios da imprensa se encarregaram de investigar cada um dos ministros e mostrá-los em toda a sua degeneração. E eis que era a face da iniquidade.
Os fariseus se reuniram novamente e criaram um plano para limpar a barra de Dilma. E eis que criaram o termo faxina, para dar a falsa impressão de que quem estava limpando os quadros podres e enlameados do governo era a "presidenta". Ora, sucedeu que pela quinta vez caiu um ministro por corrupção, um sujeito escroto a quem chamavam de Pedro Novais, apadrinhado de Sarney, então um dos patriarcas do mandonismo e do atraso naquela nação. Antes mesmo da posse, um papiro informativo, ao qual chamavam de Estadão, editado pelos judeus, mostrou que Novais usara verba indenizatória da Câmara para cobrir despesas pessoais em um motel, onde se metera com uma camela. Pouco depois, um papiro concorrente, ao qual denominavam "Folha", complicou de vez a situação do escroto Novais, revelando que ele usara também a verba para bancar uma empregada particular e o motorista de sua mulher. Antes, a Operação Voucher, deflagrada pela Polícia Federal, prendera o então secretário executivo do ministério, Frederico Costa. Novais se fechou com os seus. E houve choro e ranger de dentes.
Ora, sucedeu que Dilma, que mais uma vez não movera uma palha para punir este e outros corruptos, teve que aceitar o trabalho da imprensa e da Polícia Federal e demitir Novais. Porém, os sábios e sacerdotes e os doutores da lei bateram de novo na história da faxina. E o povo a tudo isso aprovava, por todos os séculos dos séculos, amém.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Catalina Robayo, a miss sem calcinha



Quem ficou ouriçado ao ver a calcinha da Gleisi Hoffmann, deve ter delirado com a foto que agora está rodando a internet e que mostra a miss Colômbia, Catalina Robayo,
sem calcinha. Ela não ganhou o concurso de Miss Universo, mas teve direito a mais do que os costumeiros 15 minutos de fama. Diz que o flagrante descuido aconteceu quando as misses estavam assistindo uma apresentação de samba no Rio de Janeiro.
Esses concursos de miss são uma babaquice, mas para muita gente podem se tornar interessantes quando, digamos, olhados por esse prisma...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Padre linguarudo



Essa piada remonta ao período paleozóico, de tão velha. Mas foi enviada por um amigo que está em Lisboa, a quem não queremos decepcionar. Vamos a ver:

Numa povoação pequena, junto à fronteira entre Portugal e Espanha, a Igreja fica cheia para a missa das 10. Portugueses, espanhóis, empresários etc. O padre começa o sermão:
- Irmãos, estamos hoje aqui reunidos para falar dos fariseus... Aquele povo desgraçado, como esses espanhóis que estão aqui...
Ohhhhhhh!!! O maior tumulto tomou conta da igreja. Os espanhóis reagiram, xingaram o padre, houve porrada na porta. O presidente da Associação Comercial, que levava as mãos à cabeça, indignado, decidiu ir falar com o padre na sacristia:
- Sr. Padre, vá devagar, os espanhóis vêm para este lado, gastam nas lojas, nos restaurantes, trazem divisas para Portugal. Não faça mais provocações, por favor.
Durante a semana, a conversa entre todos era a mesma: o padre e o sermão do domingo. Aquele zum-zum-zum todo foi fazendo com que as pessoas ficassem curiosas, querendo saber mais sobre o que tinha acontecido. Finalmente, chega o domingo. O presidente da Associação Comercial chega à sacristia e fala com o padre:
- Padre, o senhor lembra-se da nossa conversa, não? Por favor, não arranje nenhum problema hoje, ok?
Inicia a missa e o padre começa o sermão:
- Irmãos, estamos aqui reunidos, hoje, para falar de uma pessoa da Bíblia: Maria Madalena. Aquela mulher, prostituta, que tentou Jesus, como essas espanholas que estão aqui...
Pancadaria na igreja: partiram velas nos corredores, chutes, socos e alguns internamentos no hospital da povoação. O presidente da Associação Comercial foi novamente falar com o padre:
- Padre, o senhor não me disse que iria com mais calma? Se o senhor não amansar, vou escrever uma carta ao bispo e pedir a sua retirada imediata.

Naquela semana, o tumulto foi maior ainda. As conversas não tinham fim. Ninguém iria perder a missa do próximo domingo nem que a vaca tossisse. Na manhã de domingo, o presidente da Associação Comercial entra na sacristia com a polícia e adverte o padre:
- Sr. Padre, não provoque desta vez, senão acuso-o de provocação de tumulto e vais em cana!
A igreja estava abarrotada. Quase não se conseguia respirar de tanta gente. E começa o sermão:
- Irmãos... estamos aqui reunidos, hoje, para falar do momento mais importante da vida de Cristo: a Santa Ceia...
(o presidente da Associação Comercial respirou aliviado...)
- Jesus, naquele momento, disse aos apóstolos: "Esta noite, um de vocês me trairá." Então João pergunta: "Mestre, sou eu?" e Jesus responde: "Não, João, não será você". Pedro pergunta: "Mestre, sou eu?" e Cristo responde: "Não, Pedro, não será você." Então Judas pergunta: "Mestre, soy Yo?..."
A PORRADA FOI GERAL!!!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Entrevista: José Nêumanne Pinto

Acho que os partidos de oposição nem deviam gastar dinheiro com a produção de seus programas eleitorais. Deviam repetir, à exaustão, essa entrevista do José Nêumane, autor do livro "O que sei de Lula". Vejam:

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Erdogan Basol - Turquia


Simplesmente Quino

Em 1963, enquanto eu nascia e os Beatles começavam a aparecer para o mundo, Quino, ou Joaquín Salvador Lavado, lançava seu primeiro livro de humor - Mundo Quino. Ele sempre esteve no panteão dos meus desenhistas de humor. Nasceu no dia 17 de julho de 1932 na cidade de Mendoza (Argentina). Recebeu o apelido desde pequeno, para diferenciá-lo de seu tio Joaquín Tejón, pintor e desenhista publicitário com quem aos 3 anos descobriu sua vocação. Na década de 40, perde sua mãe e seu pai. Essas e outras coisas deviam tê-lo distanciado do humor, mas parece que ele encontrou aí justamente a trincheira para brincar com a vida, a morte e todas essas coisas que marcam nossa passagem pelo mundo.Em 1964, enquanto os milico tomavam o poder por aqui, ele lançava a Mafalda, um dos personagens que marcaram a munha infância.
Abaixo, uma mostra do Quino que ainda hoje publica seus trabalho no Clarin: