quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Quando os burros aplaudem



No princípio era o Roberto Marinho. E Roberto Marinho gerou Sarney e ACM. E viu que os dois eram bons, porquanto eram dedicados à arte da pilhagem das verbas públicas segundo os interesses mais escusos. Eis que surgiu de uma região lingínqua, chamada ABC, um homem a quem o povo chamava de Lula. E Lula tinha uma grande fome de poder, o mesmo ocorrendo à sua tribo de barbudos e barbudas. E Lula subiu ao poder, depois de várias tentativas fracassadas. Chamaram um fariseu, amante de rinhas de galo, conhecido como Duda Mendonça. E Duda, sob o comando de outro fariseu, a quem chamavam de Zé Dirceu, montou um projeto que apresentava Lula como o novo Moisés, aquele que guiaria o povo pelo deserto, faria cair o maná dos céus, cobriria de cajadadas os faraós de plantão e abriria o mar vermelho da fome e da miséria para a multidão alcançar a terra prometida. E Lula viu tudo isso e achou bom.
Lula governou por oito anos tirando da classe média e dando para os muito pobres e, sobretudo, para os muito ricos. Foi o grande reinado dos banqueiros e das empreiteiras. E Lula gerou Marcos Valério. E gerou os mensaleiros, dando origem à maior história de corrupção e malversação de dinheiro público da história. Ora, sucedeu que Lula também havia gerado verbas poderosas para a mídia e nomeado ministros para o Supremo Tribunal Federal. Novas investidas de Duda e Zé Dirceu criaram a versão de que Lula era inocente, era um "traído". Jornalistas pagos pelo Planalto, inescrupulosos empresários de comunicação, milhares de funcionários comissionados, diretores de ONGs de fachada, ladravazes de múltipla estirpe e picaretas de variado jaez rapidamente se encarregaram de propagar esta versão. E sucedeu que o povo, burro até a medula, acreditou de novo no bezerro de ouro.
E Lula gerou Dilma. E Dilma gerou Gleisi e Ideli Salvatti. Ora, sucedeu que Dilma tinha um lado bom que não era dela e um lado dela que não era bom. E Dilma passou a ver seus ministros caindo, um após o outro. Sem suas máscaras, começaram a mostrar a verdadeira face. Setores ainda sérios da imprensa se encarregaram de investigar cada um dos ministros e mostrá-los em toda a sua degeneração. E eis que era a face da iniquidade.
Os fariseus se reuniram novamente e criaram um plano para limpar a barra de Dilma. E eis que criaram o termo faxina, para dar a falsa impressão de que quem estava limpando os quadros podres e enlameados do governo era a "presidenta". Ora, sucedeu que pela quinta vez caiu um ministro por corrupção, um sujeito escroto a quem chamavam de Pedro Novais, apadrinhado de Sarney, então um dos patriarcas do mandonismo e do atraso naquela nação. Antes mesmo da posse, um papiro informativo, ao qual chamavam de Estadão, editado pelos judeus, mostrou que Novais usara verba indenizatória da Câmara para cobrir despesas pessoais em um motel, onde se metera com uma camela. Pouco depois, um papiro concorrente, ao qual denominavam "Folha", complicou de vez a situação do escroto Novais, revelando que ele usara também a verba para bancar uma empregada particular e o motorista de sua mulher. Antes, a Operação Voucher, deflagrada pela Polícia Federal, prendera o então secretário executivo do ministério, Frederico Costa. Novais se fechou com os seus. E houve choro e ranger de dentes.
Ora, sucedeu que Dilma, que mais uma vez não movera uma palha para punir este e outros corruptos, teve que aceitar o trabalho da imprensa e da Polícia Federal e demitir Novais. Porém, os sábios e sacerdotes e os doutores da lei bateram de novo na história da faxina. E o povo a tudo isso aprovava, por todos os séculos dos séculos, amém.

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Golpes baixos terão resposta à altura.