Nada melhor que uma briga entre a Globo e a Record para que o Brasil possa conhecer um pouco mais sobre a família Marinho e o bispo Edir Macedo. É tudo verdade o que uns afirmam sobre os outros, ou seja, o bispo deita e rola com o dinheiro dos fiéis, explorados em sua ignorância bovina. Tornou-se um multimilionário, um corretor do céu, o mais bem sucedido entre os vendilhões do templo. Os Marinho são o dejeto flutuante do poder. Desde Roberto, passando agora pelos filhos, a mesma arrogância de quem quer ditar a linha de pensamento para um país complexo e vasto como o Brasil. O pior é que conseguiram por muitos anos e ainda o fazem com milhões e milhões de pessoas. Experimente dizer à esposa ou aos filhos que não falem - ou não cortem o cabelo ou não se vistam - como as pessoas das novelas da Globo. Certamente rirão e dirão que você é um tapado...
Inútil procurar um herói nessa guerra entre a Globo e a Record. Lembra uma guerra de babuínos, aqueles macacos que quando brigam atiram excrementos uns nos outros. O lado bom é que o caso escancara o que cada um realmente representa. De minha parte, embora não goste do Edir Macedo, sou obrigado a reconhecer que pelo menos estamos vendo uma situação inédita: a Globo tendo que aprender a enfrentar a concorrência, coisa saudável em todos os segmentos. Em entrevista agora à noite, o bispo disse que seu sonho é ver a Record em primeiro lugar - coisa que ela já está conseguindo em alguns momentos da grade da programação. É isso que está levando a cúpula da Globo ao paroxismo e fazendo com que a emissora intensifique as pauladas no bispo e na Igreja Universal. Edir Macedo disse mais: "Nós vamos arrebentar! Pode ter certeza! Nós vamos arrebentar!". Isso deve ter deixado os figurões da Globo com gastura pelo resto da noite e da semana.
Oxalá no final disso tudo sobre pelo menos uma coisa: a certeza de que a ninguém pode ser dado mais o monopólio da informação. Democracia pressupõe pluralismo de idéias, por mais que isso chateie os mandões de plantão.
Falou e disse!
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