Piadas, poemas e porradas sobre o mundo das coisas e as coisas do mundo. Uma visão desconcertante de tudo o que se imaginava consertado. A prova acabada de que a vida é uma batalha inútil... miltonritzmann@bol.com.br
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Tremenda cachorrada
O TRAUMA DE PERDER um animalzinho de estimação é duro para toda a família. Foi o que aconteceu na semana passada com o cãozinho o Nick do meu irmão, um schnauzer irrequieto, que não perdia oportunidade de sumir do quintal e bater perna pela rua. Numa dessas, levou a pior: pegou pela frente um cachorro preto, grandalhão, que o reduziu a pó de traque. Para desespero das crianças. E desespero nosso, que ainda não tivemos coragem de ver a conta no veterinário. Para piorar, nesta semana as crianças fizeram com que os avós as levassem ao shopping, de onde voltaram com outro filhote. Agora é um maltês, que custou o suficiente para arruinar as finanças da casa até meados do segundo semestre. Vou à casa do meu irmão e encontro seu filho Pedro, de oito anos, que vem correndo me encontrar à saída do carro. O cãozinho se parece mais com uma pelota de algodão doce.
- Tio, tio, você aprova o Billy?
Respondo que, pelo preço pago, o melhor mesmo é perguntar ao Billy se ele me aprova.
NÃO SEI DIREITO, mas acho que no fundo os filhos não passam de patéticos substitutos para aquelas pessoas que não conseguem ter animais de estimação.
À SEMELHANÇA do animal, que tem seu lugar para fazer as necessidades, a gente devia olhar para certas pessoas e pedir, com voz enérgica:
- Por favor, nunca, mas nunca mesmo, pense fora da caixa de areia.
UM AMIGO, EM VIAGEM durante três meses, ligou para casa e conversou durante alguns minutos com a esposa. A certa altura, saiu-se com esta:
- Tá bom! Tá bom! Eu também estou morrendo de saudades, querida. Mas agora coloca o cachorro na linha, por favor.
CONHEÇO UMA GAROTA tão apaixonada por cães que eu já não tenho a menor dúvida: no dia em que se casar, ela vai dormir abraçada ao cachorro e pôr o marido para dormir nos pés.
ESSA TAMBÉM aconteceu de verdade. A avó de um amigo nosso disse ao marido, em tom de zombaria, durante uma reunião familiar:
- Se eu morrer primeiro, gostaria que você se casasse de novo. Se você morrer primeiro, eu arrumo um cachorro...
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Golpes baixos terão resposta à altura.