Piadas, poemas e porradas sobre o mundo das coisas e as coisas do mundo. Uma visão desconcertante de tudo o que se imaginava consertado. A prova acabada de que a vida é uma batalha inútil... miltonritzmann@bol.com.br
terça-feira, 30 de março de 2010
O Avião da Semana
Não sei quem é ela, mas parece que veio do site Papparazzi. A foto foi enviada por um amigo, há meses, com a legenda: "É prato para 50 talheres, não achas Canibal?".
Eu me limitei a trincar os caninos, ranger os molares e pré-molares, faiscar os incisivos e salivar abundantemente...
A barba stulti discit tonsor
Significa "É na barba do tolo que o barbeiro aprende". Tem muito a ver com esses tempos em que Lula atinge índices estratosféricos de popularidade e aprovação. É claro que há muita manipulação da mídia e dos institutos de pesquisa, regiamente pagos pelo Planalto. Mas é certo também que o brasileiro não está nem aí.
A "zelite" está se locupletando. Nunca antes na história desse país os banqueiros ganharam tanto dinheiro. Mais: reportagem na Época mostra que em 2009, ano de plena crise mundial, o mercado do luxo cresceu a olhos vistos no Brasil. E que neste ano, a cada 35 dias, um brasileiro estará comprando uma Ferrari. A extrema pobreza, cevada pelos "programas de inclusão social", vai bem, obrigado. Quer dizer então que tudo conspira para a eleição da Dilma e a manutenção do status quo? Depende de quantos tolos estarão dispostos a oferecer suas barbas para que os ladravazes da república aprendam a barbear.
Eu tô fora!
A "zelite" está se locupletando. Nunca antes na história desse país os banqueiros ganharam tanto dinheiro. Mais: reportagem na Época mostra que em 2009, ano de plena crise mundial, o mercado do luxo cresceu a olhos vistos no Brasil. E que neste ano, a cada 35 dias, um brasileiro estará comprando uma Ferrari. A extrema pobreza, cevada pelos "programas de inclusão social", vai bem, obrigado. Quer dizer então que tudo conspira para a eleição da Dilma e a manutenção do status quo? Depende de quantos tolos estarão dispostos a oferecer suas barbas para que os ladravazes da república aprendam a barbear.
Eu tô fora!
sábado, 27 de março de 2010
Vizinhança
Tem um muleque aqui no prédio que vive infernizando a vida de todo mundo. Nos dias de chuva, então, o caldo entorna de vez. Impossibilitado de brincar lá fora, ele inventa as mais terríveis sandices pelos corredores. Já quebrou uma estatueta que havia lá na recepção, derrubou vasos de flores, enfia chicletes nas fechaduras e, dizem, até botou fogo num gato. Eu até planejei uma forma de matar o filho da puta (o garoto, não o gato), mas desisti depois dessa foto, feita pela mãe para o Orkut, num momento em que o pirralho estava visivelmente alterado.
Pensando bem, eu nem gosto de gato.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Traçando a Mulher Melancia
No flagrante, o Bebê Tarado da Tasmânia no momento em que devorava os últimos pedaços da modelo popularmente conhecida como Mulher Melancia. A Polícia foi chamada para efetuar a prisão de E.F.L., um anos e oito meses, mas já era tarde. Da Mulher Melancia só sobraram a casca e algumas sementes. "Quando viu aquele monumento, ele caiu de boca", relatou a babá, Silvana Hemoglobina Apalache. Dizem que o pirralho agora quer palitar os dentes com a Mulher Samambaia...
terça-feira, 23 de março de 2010
Declaração
quinta-feira, 18 de março de 2010
A Cozinha Maravilhosa da Vovó Ritzmann
CABEÇA DE EDIR MACEDO FLAMBADA
Ingredientes
01 cabeça de Edir Macedo
03 copos de molho de tomate
1/2 litro de vinho tinto seco
Cheiro verde, sal e pimenta a gosto
Modo de preparo
Limpe a cabeça do Edir Macedo, removendo pacientemente os maus pensamentos. Dá um trabalhão danado. Se preciso, chame um perito em explosivos. Depois, cozinhe a cabeça em água fervente até amolecer a língua. Exzecute o processo de flambagem para que ele prove um trailler do que é o inferno. Tempere com molho e o vinho. Retire e acrescente o cheiro verde, salpicando com sal e pimenta. Deixe esfriar, pois ninguém suporta o Edir de cabeça quente. Dá para cinco porções.
Fragmentos estóricos
NUMA CONHECIDA empresa da cidade, duas moças conversam na hora do café. A certa altura, uma delas diz:
- Não importa o quanto eu esteja ocupada, eu nunca estou tão ocupada que não possa parar para reclamar sobre o quanto eu estou ocupada.
NA MESMA empresa, o chefe de um setor fala com o diretor de outro departamento:
- Às segundas-feiras eu estou pronto para planejar a minha semana. Às terças-feiras, eu planejo a minha semana. Às quartas-feiras eu reviso os meus planos para a semana. Às quintas-feiras eu coloco as minhas metas para a semana no computador. E às sextas eu começo a pensar em como vai ser a semana seguinte...
EM OUTRO SETOR desta empresa, um encarregado chega para a secretária e diz:
- Preciso de você para escrever um manual de interpretação da brochura que nós criamos para esclarecer o panfleto que nós imprimimos para definir o folder que nós enviamos aos vendedores para entenderem as cartilhas com as novas técnicas de venda.
ALI PERTO, o chefe geral chama o gerente imediato para fazer a seguinte observação:
- Olha, eu detesto ficar criticando, mas a verdade é que você está em nossa empresa há apenas dois dias e já está com o trabalho atrasado há três semanas...
ENQUANTO ISSO, um estagiário se explica nesses termos ao seu supervisor:
- Lamento informar, mas passei a tarde toda digerindo meu lanche, bombeando litros de sangue através das minhas veias, filtrando toxinas através dos meus rins e substituindo milhões de células da minha pele. Como é que ia sobrar tempo para fazer outra coisa?
segunda-feira, 15 de março de 2010
Morte do Glauco: it makes me sick...
Viajei neste final de semana, a trabalho. Estou entupido de coisas pra fazer. Não tive tempo de postar nada aqui. Na verdade, não tenho tido tempo de fazer coisas muito mais importantes do que isso, como viver. Mas tenho tido tempo de me indignar com várias coisas. Como a morte estúpida do Glauco e do filho dele. Curti muito seus personagens, as tirinhas na Folha, as revistas, as pontas no Chiclete com Banana.
A primeira versão da notícia, dando conta de um assalto seguido de morte, me deixou muito puto. Mas a segunda - a de que um ex-membro da igreja criada pelo Glauco - havia feito a merda toda, foi pior. Ainda há coisas nebulosas nessa história, mas parece que o próprio Glauco trazia a cobra no bolso. Um psicopata? Um esquizofrênico? Um simples viciado, com o cérebro cozido pela cocaína e o crack? Queria ser chamado de Jesus Cristo o calhorda.
A morte é um cachorro louco, espreitando na sombra. A gente sabe que ela sempre vem - de susto, de bala ou vício, como cantou o Caetano, não importa. Mas é duro saber que um cara como o Glauco está morto - e com ele a legião de tipos que criou. E o que dizer do filho, com 20 e poucos anos?
Se é verdade que a vida é um circo, a pior parte é quando atiram no palhaço.
Assim não, Galvão!
Um amigo acaba de ser inscrito na comunidade “Eu odeio o Galvão Bueno”, na página do Orkut. Minha bronca do Galvão não chega a tanto, mas a verdade é que às vezes é melhor mudar de canal do que agüentar seus comentários inoportunos.
Não sei se é verdade. Há algum tempo, leitores nos enviaram uma relação de “pérolas” atribuídas ao Galvão. Como aquela: “Depois do jogo, assistam a mais um capítulo inédito de ‘Vale a pena ver de novo’”. E essa outra? “Na Hungria, quando tem nuvem assim no céu é sinal de que vai chover”. No resto do planeta chove com o céu azul.
Vocês estão de gozação comigo! Não acredito que essa próxima tenha acontecido de verdade. Diz que o Galvão levantou a bola para o Falcão:
- Falcão, como você avalia o quadro atual da partida?
E o Falcão:
- É, Galvão, o Brasil precisa tomar muito cuidado porque o Peru tá crescendo e começando a entrar pelas costas da defesa...
Sem comentários.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Origem das espécies
DE QUE É FEITO o bêbado? De várias doses de uísque, de muitas doses de cerveja, vinho, vodka, batidinha, cachaça, conhaque, vermute, álcool, querosene... Mas também de uma boa dose de ressaca, de palavras mal colocadas, de chatice, boca seca, tontura, galos na cabeça, esfoladas na canela e até de outras experiências mais doloridas e frustrantes, já que, como diz o vulgo, aquilo que é de bêbado não tem dono.
DE QUE É FEITO uma mulher vaidosa? De dezenas de frascos de creme, de base, de pó, de ácido contra rugas, máscaras e outros 43 itens que, somados, compõem a linha facial. De lipos, massagens, plásticas, cremes, ácidos, loções, bronzeadores, extratos aromáticos, firmadores de seios e outros 67 itens que compõem a linha corporal. De xampus, cremes, loções, sprays, gel, tinturas, perucas e outros 56 itens que compõe a linha capilar. Tudo, claro, para garantir aquela beleza natural...
DE QUE É FEITO um homem endividado? De um talão de cheque especial com juros pornográficos, de uma conta bancária multitributada, de um cartão de crédito endiabrado, capaz de cair sobre as economias com a fúria de uma nuvem de gafanhotos, uma ex-amante que só faz as pazes quando entra um dinheiro extra, credores mais irritados que os talibans diante de pôster do Bush e de dezenas premiadas da Mega Sena, só que uma em cada cartela. Homem endividado muitas vezes é uma pessoa sem cabeça, sem alma e sem coração, pois pertence tudo ao agiota.
DE QUE É FEITO um político? Pode-se dizer que, com as honrosas exceções de sempre, o político médio no Brasil é 50% mentira e 50% promessa. Detalhe: a maior parte das promessas é mentirosa, o que dificulta, no final das contas, diferenciar entre uma coisa e outra.
DE QUE É FEITO uma mulher vaidosa? De dezenas de frascos de creme, de base, de pó, de ácido contra rugas, máscaras e outros 43 itens que, somados, compõem a linha facial. De lipos, massagens, plásticas, cremes, ácidos, loções, bronzeadores, extratos aromáticos, firmadores de seios e outros 67 itens que compõem a linha corporal. De xampus, cremes, loções, sprays, gel, tinturas, perucas e outros 56 itens que compõe a linha capilar. Tudo, claro, para garantir aquela beleza natural...
DE QUE É FEITO um homem endividado? De um talão de cheque especial com juros pornográficos, de uma conta bancária multitributada, de um cartão de crédito endiabrado, capaz de cair sobre as economias com a fúria de uma nuvem de gafanhotos, uma ex-amante que só faz as pazes quando entra um dinheiro extra, credores mais irritados que os talibans diante de pôster do Bush e de dezenas premiadas da Mega Sena, só que uma em cada cartela. Homem endividado muitas vezes é uma pessoa sem cabeça, sem alma e sem coração, pois pertence tudo ao agiota.
DE QUE É FEITO um político? Pode-se dizer que, com as honrosas exceções de sempre, o político médio no Brasil é 50% mentira e 50% promessa. Detalhe: a maior parte das promessas é mentirosa, o que dificulta, no final das contas, diferenciar entre uma coisa e outra.
sábado, 6 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
Palavras mais ou menos cruzadas
- Coletivo de pessoas interessadas em defender interesses pessoais ou de grupos, patrocinar escândalos e virar as costas para a coletividade, com 17 letras.
Resposta: Congresso Nacional.
- Produção nacional que superestima os dotes e as virtudes dos homens da lei, quando na prática se sabe que muitas vezes mocinho e bandido são sócios na franquia do crime. Com 12 letras.
Resposta: Tropa de Elite.
- Herói nacional que gritou “Independência ou morte!”, não às margens plácidas do Ipiranga, mas nos morros do Rio de Janeiro. Com 17 letras.
Resposta: Capitão Nascimento.
- Exterminador do futuro dos políticos infiéis, embora ainda poupe presidente de partido vendilhão e alugador de sigla nanica. Com 25 letras.
Resposta: Tribunal Superior Eleitoral.
- Espécie de câncer social criado no governo do PSDB, com apoio do PFL, amaldiçoado à época pelo PT e que hoje o PT quer por toda lei prorrogar, tendo contra o PSDB e o DEM, ex-PFL. Com quatro letras.
Resposta: CPMF.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Coisas do nosso Português
O PESSOAL riu com a história de que em Portugal se dá o nome de saco para bolsa, seja ela de mulher ou de homem. Portanto, nas terras lusitanas, um sujeito coçando o saco pode ser alguém que esteja simplesmente verificando se determinado objeto se encontra ou não na bolsa. Mas alguns leitores ligaram para lembrar que dentro do próprio Brasil as diferenças lingüísticas causam as maiores confusões. Alguém citou história contada por Luciano Pires, cuja mãe, gaúcha do interior, estava no Rio de Janeiro quando entrou numa padaria e pediu:
- Me dá um cacete!
O próprio Luciano prossegue, explicando que para os cariocas cacete pode ser uma surra ou um palavrão. “Eles falam tudo errado. Chamam o cacete de pão francês. Que eu saiba, pão francês é em Paris. No Brasil é cacete e cacetinho. Pelo menos no Brasil do sul”, reclama. Mas admite que em São Paulo dizem bengala para o pão maior. “Para mim, bengala é aquele apoio de madeira que alguns velhos usam pra caminhar”, explica Luciano, paciente.
Pois em Salvador você vai à padaria e tem que pedir uma vara.
Luciano, que pesquisou o assunto a fundo, chegou à conclusão de que a confusão é grande e que o verdadeiro nome do pão é um assunto polêmico em todo país. No interior paulista ele é conhecido como filão e filãozinho. Alguns lugares o chamam de Clóvis. “Quando vim morar no Rio de Janeiro, ninguém entendia o que eu falava. Um dia comentei com a empregada que havia deixado o relógio na gaveta do bidê e ela começou a rir. Aqui, bidê não é a mesinha de cabeceira. É aquele chuveirinho que se usa no banheiro”, explica Luciano.
Gaúcho não entende por que acidente de carro por aqui se chama batida. Dizem que batida é vitamina de frutas. Também não entendem porque lancheria por aqui se chama lanchonete. Nem porque se dá o nome de tangerina ao que por lá é bergamota. Pior: em Curitiba se chama bergamota de mimosa. “Perguntei se eles comem ou se ele chupam a mimosa, mas ninguém conseguiu me explicar”, diverte-se Luciano.
Com toda essa confusão, ou nos cuidamos ou correremos o sério risco de comer o cacete que o diabo amassou.
- Me dá um cacete!
O próprio Luciano prossegue, explicando que para os cariocas cacete pode ser uma surra ou um palavrão. “Eles falam tudo errado. Chamam o cacete de pão francês. Que eu saiba, pão francês é em Paris. No Brasil é cacete e cacetinho. Pelo menos no Brasil do sul”, reclama. Mas admite que em São Paulo dizem bengala para o pão maior. “Para mim, bengala é aquele apoio de madeira que alguns velhos usam pra caminhar”, explica Luciano, paciente.
Pois em Salvador você vai à padaria e tem que pedir uma vara.
Luciano, que pesquisou o assunto a fundo, chegou à conclusão de que a confusão é grande e que o verdadeiro nome do pão é um assunto polêmico em todo país. No interior paulista ele é conhecido como filão e filãozinho. Alguns lugares o chamam de Clóvis. “Quando vim morar no Rio de Janeiro, ninguém entendia o que eu falava. Um dia comentei com a empregada que havia deixado o relógio na gaveta do bidê e ela começou a rir. Aqui, bidê não é a mesinha de cabeceira. É aquele chuveirinho que se usa no banheiro”, explica Luciano.
Gaúcho não entende por que acidente de carro por aqui se chama batida. Dizem que batida é vitamina de frutas. Também não entendem porque lancheria por aqui se chama lanchonete. Nem porque se dá o nome de tangerina ao que por lá é bergamota. Pior: em Curitiba se chama bergamota de mimosa. “Perguntei se eles comem ou se ele chupam a mimosa, mas ninguém conseguiu me explicar”, diverte-se Luciano.
Com toda essa confusão, ou nos cuidamos ou correremos o sério risco de comer o cacete que o diabo amassou.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Recordar é viver
FOI DESCOBERTA no interior do Mato Grosso a menor cidade do Brasil. Trata-se de Solito, uma comunidade de apenas seis pessoas, sendo quatro fixas e duas itinerantes. No mês passado, depois de uma briga no único bar da cidade, um dos moradores acertou outro com uma lata de lixo, colocando-o a nocaute. Num golpe só, derrubou um sexto da população local.
Solito não tem hospital, apenas um kit de primeiros-socorros.
Solito não tem banco. Todo mundo que juntou dinheiro suficiente foi embora.
A lista telefônica de Solito tem apenas uma página amarela. E ela está em branco.
Em Solito, peças de informática, medicamentos, roupas, carne e secos e molhados são vendidos todos na mesma loja.
Solito é uma cidade tão pequena que os bairros da periferia ficam todos no centro.
Em Solito, quando alguém liga para um número errado a pessoa do outro lado a cumprimenta pelo nome.
Os limites da cidade de Solito estão escritos nos dois lados do mesmo poste.
Solito não tem hospital, apenas um kit de primeiros-socorros.
Solito não tem banco. Todo mundo que juntou dinheiro suficiente foi embora.
A lista telefônica de Solito tem apenas uma página amarela. E ela está em branco.
Em Solito, peças de informática, medicamentos, roupas, carne e secos e molhados são vendidos todos na mesma loja.
Solito é uma cidade tão pequena que os bairros da periferia ficam todos no centro.
Em Solito, quando alguém liga para um número errado a pessoa do outro lado a cumprimenta pelo nome.
Os limites da cidade de Solito estão escritos nos dois lados do mesmo poste.
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