Nesta semana, perdi um amigo. Acidente de carro. Chegou a ser socorrido com vida, mas morreu ao chegar ao hospital. Imediatamente, me veio à memória a última vez que nos falamos. A última piada, os últimos planos, as últimas reclamações sobre a crise econômica. Ele tinha um pequeno comércio e afirmou que havia levado cano de vários fregueses. "A inadimplência está muito alta. Não sei se vou aguentar". Não aguentou. Foi demitido da vida.
É de se questionar também qual e como será o nosso último encontro com os que vão ficar. Qual será nossa última camisa, nossa última cerveja, o último beijo, o último abraço, o último ato de amor. Porque a morte é esse cachorro louco que nos espreita na sombra: faminto, irado e, sobretudo, infalível.
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Golpes baixos terão resposta à altura.