Versos Sacânicos
I
Quando eu vi a Dilma Roussef
Sair na televisão
Com o rosto renovado
Após uma operação
Senti que o poder transforma:
Avestruz vira pavão.
II
De repente ela virou
Namorada do Brasil:
Os políticos, quando a vêem
Começam a soltar psiu
Pensando em 2010
E nos bilhões que ela pariu.
III
A mulher, que era emburrada
Anda agora sorridente
Acenando para o povo
Alegre, mostrando o dente
E os baba-ovos gritando:
É Dilma pra presidente!
IV
Mas eu sei que o olho grande
É na montanha de bilhões
Que Lula botou no PAC
Pensando nas eleições
E mandou Dilma gastar
Sobretudo nos grotões.
V
Senadores garanhões
Sedutores de donzelas
E deputados gulosos
Caçadores de gazelas
Enjoaram dos modelos
Só querem casar com ela.
VI
Eu também quero uma lasquinha
Uma felpa de poder
Quero olhar nos olhos dela
E, ternamente, dizer
Que mais bonita que ela
Mulher nenhuma há de ser.
VII
Eu já vi um deputado
Dizendo no Cariri
Que Dilma é linda e charmosa
Igual não existe aqui
É capaz de ser mais bela
Que Angelina Jolie.
VIII
Dilma pisa devagar
Com seu jeito angelical
Nunca deu grito em ninguém
Nem fez assédio moral
Ou correu atrás de gente
Com um pedaço de pau.
IX
Dilma superpoderosa:
8 bilhões pra gastar
Do jeito que ela quiser
Da forma que ela mandar
Sem contar com o milhão
Do cofre do Adhemar
X
Estou com ela e não abro:
Viro abridor de cancela
Topo matar jararaca
Apagar fogo na goela
Para no ano vindouro
Fazer um PAC com ela.
Coluna Política, de Fábio Campos,
no jornal O POVO (CE), de 26/02/09
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Golpes baixos terão resposta à altura.