Agora que passou a Semana Santa, devo dizer aos senhores e senhoras que meu relacionamento com Cristo é uma negação completa e acabada. Tudo bem, eu nunca fui um iniciado. Li a Bíblia e muitas coisas a respeito. Até "As Doutrinas Secretas de Jesus", um livro da Ordem Rosacruz. Também li que ele poderia ter sido um alienígena, uma criatura vinda de outro planeta, de uma civilização mais avançada que a nossa. Acho até que existe um filme antigo, estrelado pelo David Bowie, em que outro sujeito chega por aqui, com dons especiais, e depois faz referência a um parente que veio antes. Eles mesmo, o JC. Prefiro crer no Jesus concreto, real, palpável, homem revolucionário que enfrentou o império romano e, por razões óbvias, pagou o preço. Eu me identifico muito com Jesus quando leio sobre os presos políticos, os torturados, os exilados, aqueles que muitas vezes enfrentaram a fogueira ou tiveram a língua cortada apenas porque tiveram a coragem de falar a verdade.
Se eu tivesse fé, rezaria assim:
- Jesus, seja hoje e sempre a minha espada, a minha lança, o meu escudo, a minha muralha e a minha fortaleza. Me livra dos chatos, dos medíocres, de todos aqueles que, por absoluta falta de imaginação, vivem mentindo em seu nome para pilhar os de boa fé. Faz de mim um instrumento da sua luz e da sua paz, varre de meu caminho os discos de axé, os shows de música sertaneja, o Domingão do Faustão, o lixo da miserável condição humana plasmado através de porcarias como o Big Brother, a capacidade ilimitada que o ser humano tem de produzir bobagens, tão bem ilustrada através das novelas da Globo, a cara de pau que já se tornou traço genético de todos que transitam nos nossos meios políticos. Manda, Senhor, a bomba atômica, o chulé, a sarna e a coletânea dos discos do Julio Iglesias como forma de espiar os pecados da humanidade. Amém.
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Golpes baixos terão resposta à altura.