quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Crime e castigo


TUDO BEM QUE leigos tenham dificuldade para entender a complexidade das leis e as incoerências do sistema penal. Mas, sinceramente, nunca pude entender por que existe esse negócio de “regime semi-aberto”. Ou o sujeito é culpado e deve ficar recolhido – seja por um dia, por um mês, por um ano ou até a vida toda, ou não é culpado e deve ficar livre. Assim como não entendo essa história de “preso de confiança”.
Você deixaria um preso de confiança cuidar de sua filha?

NA VERDADE, num país esculhambado como o Brasil, o regime semi-aberto vale para todo mundo. De um lado, as fugas de preso se tornaram coisa tão freqüente que os detentos, na prática, estão escolhendo os dias em que vão estar nas ruas ou recolhidos. De outro, os presos recebem de tudo dentro das celas – de armas e drogas a visitas íntimas. Acabam tendo, muitas vezes, a liberdade que muitas pessoas não encontram nas ruas.

RECENTEMENTE, o Terra divulgou uma notícia curiosa: quatro presidiários escaparam de uma penitenciária depois que um deles tirou as roupas, cobriu o corpo com bastante espuma de sabonete e conseguiu sair da cela deslizando pela portinha por onde chegam as refeições. Após passar pelo buraco, o mais magrelo deles, de 20 anos, libertou os três companheiros. A polícia só deu conta da fuga na manhã seguinte.
Isso prova duas coisas: em primeiro lugar, que um bom sabonete devolve aquela sensação de liberdade. Segundo, que se os presos em regime fechado já encontram mil formas de driblar a lei, imagine no semi-aberto...

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Golpes baixos terão resposta à altura.