quinta-feira, 30 de junho de 2011

American Beauty II

Dreamsville



Words & Music by Jay Livingston, Ray Evans & Henri Mancini
Recorded by Lola Albright, 1959


AM7 Em7/9 Am7 AM7 E7sus4
I'm in dreamsville, holding you

A7-9 D6/9 D9 Bm7 C#m7-5 F#7 Bb9 E7
A dream - y view, just we two a - lone with

AM7 Em7/9 Am7 AM7 E7sus4
Love in dreamsville; time is new,

A7-9 D6/9 D9 Bm7 Bm7-5 Bm7 Bb9 A9
We're here to love and we do.


A7 Bm7 C#7 D E7 Bm7-5 AM7/9 F#m
We can see the rest of the world be - low us

E7 AM7/9 Fdim(III) A AM7 A7
From our pink cloud

A7/6 Bm7 C#7 D E7 Bm7-5 AM7/9 F#m
There's no boundary to this mag - ic land

C#m7-5 F#7 Bm7-5 E7
As we go ex - plo - ring hand-in-hand


Cdim AM7 Em7/9 Am7 AM7 E7sus4
In dreamy dreamsville, far a - way

A7-9 D6/9 D9 Bm7 Bm7-5 Bb9 AM7/9
And here we love, here we'll stay.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Aí não, jacaré!

Balada do caroço



Me apareceu um caroço no rosto.
Tenho consulta amanhã com uma dermatologista. Nem sei quem é, não conheço direito. Foi uma consulta arranjada pela Renata Halls, que se mostrou intrigada com essa coisa in my face. E com a forma como ele vem aumentando de tamanho. Prefiro acreditar que seja apenas uma verruga, mas tenho histórico de câncer de pele na família. Meu dermatologista viajou no feriadão, voltou com serviço até a tampa e disse que só poderia me atender na segunda-feira. Renata objetou: nada de esperar. Com essas coisas não se brinca, quanto mais cedo diagnosticar, melhor, etc, etc.
Tive que concordar com ela. Até porque ela já conhece os meus caroços e deve saber quando alguma coisa vai mal...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sigilo eterno, burrice idem



Quando vinha para o trabalho, na manhã de hoje, ouvi o comentário da Lúcia Hipólito pela CBN. Ela falava a respeito da manchete do Globo, se não me engano, dizendo que Dilma e os militares estão fechados na questão do sigilo eterno para os documentos oficiais secretos. Realmente, quem te viu, quem te vê, dona Dilma! Ela, que traz no currículo a fama de ter sido militante combativa de esquerda, de ter sido presa e torturada, hoje se abraça com os militares para que a opinião pública jamais tenha conhecimento de importantes fatos da nossa história. Já não está bom o sigilo de 50 anos, aprovado na Câmara Federal?
Dilma não está sozinha na nobre missão de esconder dos brasileiros a história do Brasil. Estão com ela os senadores José Sarney e Fernando Collor, que também apóiam a tese do sigilo eterno. Será que é para proteger o Barão do Rio Branco ou o Ruy Barbosa? Meu saco de vômito! Onde foi que vocês colocaram o meu saco de vômito?!

Gostosa é a vovozinha!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Cacilda da Mulher Estendida



A terra lisa, limpa de cavalos.
A terra sem um junco, forma pura
ao futuro cerrada: argêntea fímbria.

Despida ver-te é compreender a ânsia
da chuva que procura débil talhe,
ou a febre do mar de imenso rosto
sem a luz encontrar de sua face.

O sangue soará pelas alcovas
e virá com espada fulgurante,
mas tu não saberás onde se oculta
o coração de sapo ou a violeta.

Teu ventre é uma luta de raízes,
teus lábios, uma aurora sem contorno,
por sob as rosas tépidas da cama
os mortos gemem esperando vez.

Federico García Lorca, in 'Divã do Tamarit'
Tradução de Oscar Mendes

Até mortos 'assinaram' ficha no PSD de Kassab




Matéria divulgada hoje no IG mostra que o PSD, partido em fase de criação capitaneado pelo prefeito paulistano, Gilberto Kassab, usou a assinatura de quatro pessoas mortas na lista de apoiamento para a fundação da sigla em Santa Catarina. O iG teve acesso ao relatório produzido pelo chefe do cartório da 49ª Zona Eleitoral do Estado, Ângelo Eidt Pasquale. Segundo o documento, 140 assinaturas “não tiveram a autencidade comprovada”.
Era para que os adversários morressem de inveja. Mas os partidários de Kassab não pegaram bem o espírito da coisa...

terça-feira, 14 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Só pra confirmar o que foi escrito ontem



Blog do Noblat - 08/06/11

Romaria a hotel para ver José Dirceu

Os funcionários do Nahum Plaza, luxuoso hotel do Setor Hoteleiro Sul de Brasília, trabalharam dobrado esta manhã para dar conta do número de cabeças coroadas do governo e de partidos políticos que lotaram com seus carros pretos a área de estacionamento, o hall de entrada e os elevadores.
Num apartamento de cobertura do 20º andar pontificava o responsável pela atração de tanta gente - o hóspede José Dirceu de Oliveira, ex-chefe da Casa Civil da presidência da República durante parte do primeiro governo Lula.
Ali pelas 8h, um grupo de seguranças chegou escoltando Fernando Pimentel, ministro da Indústria e do Comércio Exterior, que cumprimentou conhecidos e subiu de imediato para o 20º andar.
Não se sabe se Dirceu está na cidade por conta própria ou como enviado de Lula, a quem Dilma pediu que por enquanto se mantenha à distância daqui.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Palocci: a mesma bosta de sempre!



Não sei se vocês têm saco, mas eu me confesso entediado com os escândalos do PT. Até nos escândalos esse governo está se tornando repetitivo, previsível, monótono, bocejante. Nessas horas, eu tenho vergonha de ser brasileiro. Eu me lembro que há alguns anos foi cogitado o nome de um tal Odílio Balbinotti para ser ministro da Agricultura. Já tinha até posado para fotografia ao lado do Lula. Pipocaram denúncias contra o homem, que parece um tatuzão do interior do Paraná. A mais cabeluda ligava o sujeito a irregularidades no Banco do Brasil. No dia seguinte, Balbinotti não era mais o ministro. Nunca mais falaram dele, nem das irregularidades no Banco do Brasil. Porque o interesse não era passar a limpo aquela podridão e sim impedir que o sujeito se aboletasse no cargo de ministro.
Cito esso caso para ilustrar milhares de outros. Nós somos uma piada, uma caricatura mal feita de povo - pelo menos no que diz respeito à ética, à organização política e social. A culpa não é dos políticos, mas nossa, que aceitamos bovinamente conviver com essas coisas. Palocci fora do governo vai levar uma vida normal. E fora do governo, aí, é uma figura de linguagem. Fora como Zé Dirceu, Gushiken e outros que, queimados no megaescândalo do mensalão, até hoje mal resolvido (vergonha, hein, senhores do Judiciário?), continuam mandando mais do que antes.
Cadê o meu saco de vômito?

Da série: "Anúncios que eu gostaria de ter feito"

terça-feira, 7 de junho de 2011

Tudo outra vez - Belchior



Há tempo, muito tempo
Que eu estou
Longe de casa
E nessas ilhas
Cheias de distância
O meu blusão de couro
Se estragou
Oh! Oh! Oh!...

Ouvi dizer num papo
Da rapaziada
Que aquele amigo
Que embarcou comigo
Cheio de esperança e fé
Já se mandou
Oh! Oh! Oh!...

Sentado à beira do caminho
Prá pedir carona
Tenho falado
À mulher companheira
Quem sabe lá no trópico
A vida esteja a mil...
E um cara
Que transava à noite
No "Danúbio azul"
Me disse que faz sol
Na América do Sul
E nossas irmãs nos esperam
No coração do Brasil...

Minha rede branca
Meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde
Que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo "saudade"
Como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar...
Gente de minha rua
Como eu andei distante
Quando eu desapareci
Ela arranjou um amante
Minha normalista linda
Ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar...

Até parece que foi ontem
Minha mocidade
Com diploma de sofrer
De outra Universidade
Minha fala nordestina
Quero esquecer o francês...
E vou viver as coisas novas
Que também são boas
O amor, humor das praças
Cheias de pessoas
Agora eu quero tudo
Tudo outra vez...

Minha rede branca
Meu cachorro ligeiro
Sertão, olha o Concorde
Que vem vindo do estrangeiro
O fim do termo "saudade"
Como o charme brasileiro
De alguém sozinho a cismar...
Gente de minha rua
Como eu andei distante
Quando eu desapareci
Ela arranjou um amante
Minha normalista linda
Ainda sou estudante
Da vida que eu quero dar
Hum! Huuum!...

RUMEN DRAGOSTINOV - BULGARIA

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sangue e lágrimas na Plaza de Toros de Las Ventas




Faz uma cara que não venho aqui. Cheguei segunda-feira da minha viagem pela Europa. Desta vez, eu me atrevi a fazer alguns programas alternativos. Vôo São Paulo/Madri. Hospedagem num hotel localizado na Gran Via, coração da capital espanhola. Primeira noite, fui ver Los Miserables, no teatro Lope de Vega, quase em frente ao meu hotel. Uma montagem e tanto. Victor Hugo aprovaria. Valeu os 90 euros do ingresso, que paguei me esvaindo em lágrimas de sangue. A maior parte do elenco é de gente nova, mas muito talentosa. Música, cenário e iluminação perfeitos. Aproveitei para me abastecer de víveres culturais.
Outra aventura: caí na farra na Festa de San Isidro, que é o padroeiro de Madri. Uma comilança sem fim nas barraquinhas que lembram aquelas coisas de quermesse do interior brasileiro. Queima de fogos, reza e procissão para o santo e a curiosa dança do "chotis". Com meu espanhol de contrabandista, acabei me enturmando com nativos e um grupo de brasileiros que vivem em Londres. Cheguei no hotel já amanhecendo e fiquei mais de dez minutos tentando abrir a porta do quarto errado. Só parei quando o dono do quarto se levantou e me disse um insulto qualquer em uma língua que me pareceu alemão.
No domingo, 15 de maio, o grande dia. Em companhia de uma amiga fotógrafa, toda metida com sua Nikon D200, lentes soberbas e outros que tais, fui para a Plaza de Toros de Las Ventas. Sim senhor, uma legítima tourada! Para me proteger do sol, um chapéu tipo panamá. Eu me senti um verdadeiro Hemingway, cuja foto está na parede, logo na entrada, juntamente com outros famosos que foram lá ver a peleja entre touros e toureiros, como Charlton Heston, Sofia Loren e tal. Minha amiga, deslumbrada, não parava de fotografar e dizer: "Geeeeente, é muito lindo!". Entram ou toureiros. "Geeeente, é muito lindo!". Começam as primeiras lidas. O povo grita "Olé!". Minha amiga: "Geeeeente, é muito lindo!". Entra um cara num cavalo com adornos coloridos, empunhando uma lança. "Geeeente, é muito lindo!". O touro parte para cima do cavalo e mete os chifres em direção à sua barriga. Os chifres parecem enroscados na capa estofada que protege o cavalo. O homem pega a lança e crava nas costas do touro, que sai cambaleando e se esvazindo em sangue. Minha amiga fica muda. O touro, meio com cara de quem descobriu, no meio da festa, que entrou numa lasca duma fria, reluta um pouco, depois parte em direção ao toureiro. "Olé!", grita a plebe ensandecida.Depois de vários passes em que o toureiro, com o auxílio de uma capaz, faz o touro de tonto, vem o bandarilheiro. Esse é corajoso! Ele se posta em frente ao animal. Quando este parte em sua direção, o bandarilheiro dá um salto e crava bandarilhas no lombo. As bandarilhas são hastes enfeitadas com papel colorido. Mais sangue. Minha amiga, muda, agora deixa de mascar o chiclete e fica imóvel. Vem o golpe de misericórdia: o toureiro pega uma espada e a levanta acima da cabeça. Minha amiga esbugalha os olhos. O touro parte. O golpe é certeiro: a espada entra toda num ponto acima do pescoço do animal, que sai rebusnando para o lado. Ele começa a tremer e a manquitolar, agora soltando muito sangue também pela boca. Minha amiga chora copiosamente. "Tadinho!". Pego a máquina da sua mão e começo a fotografar. O touro cai, mas ainda está vivo. Um dos toureiros auxiliares se aproxima e, com uma espécie de punhal, dá um corte seco e rápido logo atrás da nuca. O touro está morto. O povo aplaude. Entra uma parelha de três cavalos, o finado touro é acorrentado e arrastado pelos cavalos através da arena em direção a uma porta lateral. Soam as trombetas. Vai começar tudo de novo.
Minha amiga se irrita com minha frieza. E eu me irrito com ela: "Isso é uma tourada! Há milhares de anos funciona desse jeito. O que você esperava? Um chá de cozinha, com o touro e o toureiro lá no meio, de pernas cruzadas, bebericando em tacinhas e mordiscando torradas?". Entra o segundo touro, ela já não parece tão chocada. Fotografou tudo, embora sussurando "Tadinho" cada vez que o animal levava a pior. No terceiro touro, ela já se divertia. No quarto, engrossou a vaia quando o toureiro errou o golpe mortal. Já era noite quando acabou a festa. Mas aquele estranho tipo de noite da Europa, com sol frouxo e céu ainda azul às 21 horas.
A grande estrela foi Arturo Saldívar, um jovem toureiro mexicano. Morante de la Puebla, aclamado pela imprensa, teve uma atuação pífia. Fiquei pensando se aproveitam a carne dos touros mortos na arena, pois para nós, carnívoros, touro foi feito para morrer e virar picanha, alcatra, acém etc. A diferença é que alguns bois morrem de forma gloriosa, na Plaza de Las Ventas. Outros de forma infame, nos matadouros da vida. Tadinhos.


(*) A foto que ilustra este post é de autoria da minha amiga, Renata Halls.