terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Considerações de peso


Fui à crisma da filha de um amigo.
Não acredito que fiz isso, porque a celebração durou mais de duas horas e a temperatura no recinto estava insuportável. Enfim, o que a gente não faz por um amigo? Para enfrentar a maratona, passamos num boteco e tomamos várias cervejas, o que aumentou a transpiração e o calor. Mas estou escrevendo sobre isso porque à minha frente havia um homem de uns 200 quilos, suando a bicas e respirando com enorme dificuldade. Cada movimento seu era uma complicação. Ao afastar uma das patas, o sujeito pisou no pé de uma senhora que se esqueceu por completo do fato de estar em uma igreja e disse coisas impublicáveis para a figura paquidérmica. O homem se desculpou duas ou três vezes, mas a mulher, olhando para o pé esfolado e para o agressor, continuou grasnando feito uma gralha: "Estúpido! Não vê que tem gente atrás? Grosso!".
Durante o resto da celebração, fiquei pensando em como seria o mundo se todos os seus habitantes fossem obesos. Boa parte dos esportes desapareceria. Imagine um gordo fazendo exercícios nas argolas ou dando um duplo salto mortal carpado nos exercícios de solo. Ou então um time de futebol em que o mais magro dos jogadores tivesse o corpinho do Ronaldo... Ri sozinho ao pensar nisso, mas depois me recompus, olhando para o Cristo lá na cruz. Mas voltei a rir ao pensar que o próprio Cristo, se fosse obeso, não teria conseguido caminhar sobre as águas. Provavelmente teria devorado os peixes e os pães, antes do milagre da multiplicação. E ginástica alguma seria suficiente para pendurá-lo no crucifixo...

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Golpes baixos terão resposta à altura.