quinta-feira, 4 de março de 2010

Coisas do nosso Português

O PESSOAL riu com a história de que em Portugal se dá o nome de saco para bolsa, seja ela de mulher ou de homem. Portanto, nas terras lusitanas, um sujeito coçando o saco pode ser alguém que esteja simplesmente verificando se determinado objeto se encontra ou não na bolsa. Mas alguns leitores ligaram para lembrar que dentro do próprio Brasil as diferenças lingüísticas causam as maiores confusões. Alguém citou história contada por Luciano Pires, cuja mãe, gaúcha do interior, estava no Rio de Janeiro quando entrou numa padaria e pediu:
- Me dá um cacete!

O próprio Luciano prossegue, explicando que para os cariocas cacete pode ser uma surra ou um palavrão. “Eles falam tudo errado. Chamam o cacete de pão francês. Que eu saiba, pão francês é em Paris. No Brasil é cacete e cacetinho. Pelo menos no Brasil do sul”, reclama. Mas admite que em São Paulo dizem bengala para o pão maior. “Para mim, bengala é aquele apoio de madeira que alguns velhos usam pra caminhar”, explica Luciano, paciente.
Pois em Salvador você vai à padaria e tem que pedir uma vara.

Luciano, que pesquisou o assunto a fundo, chegou à conclusão de que a confusão é grande e que o verdadeiro nome do pão é um assunto polêmico em todo país. No interior paulista ele é conhecido como filão e filãozinho. Alguns lugares o chamam de Clóvis. “Quando vim morar no Rio de Janeiro, ninguém entendia o que eu falava. Um dia comentei com a empregada que havia deixado o relógio na gaveta do bidê e ela começou a rir. Aqui, bidê não é a mesinha de cabeceira. É aquele chuveirinho que se usa no banheiro”, explica Luciano.

Gaúcho não entende por que acidente de carro por aqui se chama batida. Dizem que batida é vitamina de frutas. Também não entendem porque lancheria por aqui se chama lanchonete. Nem porque se dá o nome de tangerina ao que por lá é bergamota. Pior: em Curitiba se chama bergamota de mimosa. “Perguntei se eles comem ou se ele chupam a mimosa, mas ninguém conseguiu me explicar”, diverte-se Luciano.
Com toda essa confusão, ou nos cuidamos ou correremos o sério risco de comer o cacete que o diabo amassou.

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Golpes baixos terão resposta à altura.