quarta-feira, 20 de julho de 2011

Stan Laurel e os chifres



Insone, tenho muitas vezes o capricho de ficar vendo velhos filmes em preto e branco na madrugada. Sou do tipo antigo, e daí? Ainda sou do tempo em que fumar era bacana e dar a bunda era feio. Nesta semana, por obra de um amigo, calhou de me cair nas mãos "Os Toureiros" e outros filmes do Gordo e o Magro. Os Toureiros é de 1945, tem 75 minutos - que a gente nem vê passar - e foi dirigido por Malcolm St. Clair. Como estive em maio na Espanha, fiquei interessado em rever cenas de touradas. O elenco, além de Stan Laurel e Oliver Hardy, tem Margo Woode, que eu gosto muito e que no ano seguinte faria seu grande papel em "Somewhere in the Night".
A história é simples: Laurel e Hardy são detetives cujo depoimento concorreu para mandar um figurão para a cadeia. Eles vão para a Cidade do México atrás de uma ladra e acabam se metendo em grande confusão, pois o Magro é sósia do toureiro espanhol Don Sebastian. Com problemas no passaporte, Dom Sebastian se atrasa e os organizadores colocam o Magro em seu lugar. Daí, é de se imaginar o que acontece. Belo filme, boa fotografia e cheio daquelas cenas de pastelão que, imagino, num mundo que caminhava para o final da Segunda Guerra Mundial, ainda deviam divertir muita gente.
O que me fez parar o filme e voltar várias vezes foi a cara triste de Stan Laurel em várias cenas. Há um tom melancólico por trás de suas palavras, de seu olhar, de sua maneira de se pôr na história. Problema de saúde não devia ser - ele só veio a morrer em 1965. O Magro, ninguém me engana, devia estar sofrendo algum conflito existencial, quem sabe uma desilusão amorosa, coisa que ficou mais saliente em meio a tantos bois e tantos chifres.

Um comentário:

  1. Não só nesse mas em vários filmes do Gordo e o Magro na década de 40 nota-se este senblante triste do nosso querido comediante.

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Golpes baixos terão resposta à altura.